Sou mártir do desejo
que dá cor ao meu solo.
Sou horizonte
que pertence romântico
à lua exuberante que devaneia
na ressaca dos sonhos ausentes.
Entro poeta
pelas portas abertas do amor,
desfiando de bem alto os segredos
de um beijo que em mim não se cala.
No êxtase
da escrita que mancha
a paisagem dos meus pensamentos,
bebo a água fresca das emoções líricas.
Na poesia
por de baixo das minhas dores,
grito na maré-cheia da alma no mar vazio.
Dou voz à vida,
por memórias escravas do delírio da mente,
que se abre poética em metáforas dos amantes.
Sou homem
por cearas ondulantes
ao sopro do prazer que me envolve
a pele de inspiração num poema de paixão,
imolada por árduas aventuras na face do passado.
O sol descreve
na lágrima saída dos meus versos
o silêncio da inocência dos meus olhos,
a entrar no infinito corpóreo das madrugadas
adormecidas num poema de quem venera o amor.
Ávido chego à loucura
pelo aroma de um céu constelado,
num tear de miragens drenando o fundo
do meu ego julgado ao vento do quanto sou louco.
Misturo nos meus versos
o chorar da saudade em palavras lentas,
embriagando os serões deixados cair à toa
na pedra do tempo ao léu entre os espinhos do peito.