Quem não se inventa não existe.

POESIA TRAGICÓMICA

Desvaneço ar
em utopia bem-falante
num toque de audácia prudente.

Calo-me
ao áspero tento na língua
que entorse a cicatriz abstracta
das palavras por dizer-me magnânimo.

Desato a solidão
encetada nos esporões fanfarrões
do sentir-me tão recheado de vazio.

Alheio aos dogmas,
estratego astúcias ambíguas.

Ora cobaia
sou lupa curiosa e avanço medo.

Ora sábio
incompreendido recuo fobia.

Em suma isolado
incapacito-me de viver só
por entre os ruídos de tudo e de nada.

Oro-me intérprete
de poesia tragicómica do Eu
espectador súbito em cada grão de fantasia.

Analiso-me descabido,
transportando ao desastre
o meu interior exteriorizado
nas masmorras que me ocultam profeta.

Minhas visões elásticas
são perambulas do soneto
com traje devasso no compasso
vandalizado das minhas gargalhadas.

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