Sente como o chão foge
quando nos olhamos olhos nos olhos.
Sente como nos amamos inspirados
de quimeras que nos fazem atravessar o universo
cintilado de realidade.
Sonhamos estrelas.
Respiramos constelações
de sentimentos tonificados de verão
sobre a mesma almofada primaveril.
Nossa cama
é um beijo de aromas
das nossas pétalas interiores,
brindando de jardins puros o nosso sorriso.
Somos como dois navios salvos
pelo mesmo farol de um porto de amor.
Nossas almas aportam em terras de fogo.
Sente como a vida paira
num carrossel louco quando a saudade
é a escadaria do nosso tempo.
Pisamos sobre o mesmo altar de amar.
Somos agulhas de bússolas gémeas
que nos identificam o caminho até nós.
Lado a lado
brilhamos enamorados
por entre as sombras de um estendal
onde o destino se estende difícil.
Somos o sopro de um vento
que varre desertos para nos encontrarmos
no oásis de um abraço.
O calor que partilhamos
é uma teia tecida por prazer.
Sente como o silêncio
é um mar de eternas emoções
quando os nossos lábios se tocam.
Nosso pensamento
é um filão mútuo de tesouros.
Nossas carícias são ouros
que nos cobrem o corpo com paraísos
por onde andamos apaixonadamente à deriva.
Somos sol e lua
em céus de sensações ofegantes
em combinações perfeitas que nos atam
o fôlego ao infinito.
Sente como a poesia se funde
na nossa voz quando nos chamamos de amor.
Sente de nós
as palavras mais altas
para lermos as nossas almas.
Somos um rio de tu e eu
em caudais onde tudo é belo.
Onde as nossas mãos entrelaçadas
são lemes de uma vida inteira.