Quem não se inventa não existe.

RIO DE MIM RIR

Amo.

Derramo sentimentos
fecundando o sol mudo e a lua surda.

Propósito.

Mordo a língua suja
que se infiltra na cegueira lenta
do cílio do meu tempo num baú tossido.

Hematoma.

Esqueço o espesso gesso
de bramidos expandidos
no abdómen da minha memória.

Rio de mim rir.

O antes escória
num cântaro de poesia,
fumada no ópio dos olhos
para além das palavras… o silêncio.

Ascetismo.

O depois torcicolo
de profecias sísmicas
como larvas que ganham asas
neste vórtice de alcoolemias prosódias.

Incognoscível.

Tarado escrito
nas portas entreabertas
na alforria das sequências
esgalhadas à espera do meu pé.

Imortalidade.

Penetro
o solo estrangulado de desejo.

Ansiedade.

Castro
o vocábulo do infinito
nas veemências da fonte
de onde brota o jorro que me peja os sonhos.

Quilómetros.

Lágrimas da minha dor,
feita conhecimento do meu sal interior.

Pessoa.

Deixo-me levar
pelos rogos do ego
em nuvens bestas de real
que não o Eu desembraveço.

Desprendimento.

Inibo
o conteúdo abstracto
que faz cair a anteface
do agora concreto nos abismos
do saber mal as algas das musas.

Orgasmo.

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