Socorro.
Há reboliço de incerteza
à mesa dos meus passos
na alva suja do horizonte.
Morro.
Deixo de me ver
através da lama morna,
onde escorrega a dor
dos meus serões de neve
em escuridões fantasmagóricas.
Solidão.
Resvalo asperamente escravo
de uma ânsia que já não travo
nas escarpas que coçam
o planalto dos sonhos com pesadelos.
Ausência.
Sobressalto sons de saudade
no grito mais alto da minha idade.
Faço-me com tons de vazio
no fio da navalha pintada em arrepio
no tempo canalha.
Sonâmbulo.
Sofrimento
que em mim corre
vespa de horror num rio que morre
sem foz na voz da minha alma.
Desinquieto.
Sinto cócegas em súplica
à flor da pele de um poema.
Gago fonema,
declamado mel no fel
de um papel em branco.
Arranco.
Solto o infinito em mim.
Sou jardim de pedra,
feito de frio em ilusões de casaco roto.
Pó brusco no meu olhar.
Leme traiçoeiro,
salgada emoção vitaminada
em falso nevoeiro
que me faz chorar por inteiro.
Buraco.
Sou mar profundo
que leva ao fundo as sereias
das minhas ideias.
Calo-me.
Data | 01-11-2010 |
De | maria carvalho |
Assunto | Bonita e sufocante |
Há dias tambem gritei socorro,ninguem me ouviu e desesperada pensei que morrer seria melhor...Pensando melhor morrer é um acto violento e sofredor.Saber que a chuva me ensoparia e aí sim morreria sufocada,ninguem me daria a mão,nem o mar que me castigaria pela certa,o Sol se esconderia e encontrar-me-ía nas trevas.Afinal eu queria char a atenção de alguém que pensava o mesmo que eu!!!
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Data | 01-11-2010 |
De | Isabel Mendes |
Assunto | "Socorro" |
Ausência...angustia...ilusões..."que me faz chorar por inteiro."
Este poema vei-o de encontro ao meu estado de alma...:-(
Muito lindo, Henrique!