O Diabo
deixa o rabo de fora
nas cruzes canhoto do meu olhar.
Diabrete
de odores arremessados
ao disparate em profanas morgues
de palavras inférteis nas messes do poeta.
Sôfrego de morte,
grulhas no meu silêncio a dor.
Ah Diabo rasurado
no chá morto que me desencanta
as cábulas guerreadas de pedras fandangas.
Analfabeto demónio,
esferografado em fogo manhoso
num só verso assombrado de entrelinhas negras.
Ó Satanás contrafeito
que te assustas letalmente inequívoco
no perdão aprendido na bazófia do amor.
Ó besta caçadora
de almas tresmalhadas,
hóspedes nas tuas palmas batoteiras
em eiras ofídias.
Diabo
que rastejas maldito
nos olhos dos meus vultos.
Vai-te inculto
ao vento da mão da sombra
que fede o fim no teu rastejar sisudo.
Vai-te ó parasita
das minhas fragilidades
em abanões de imprudência.
Enfraquecido monstro
de um inferno em bancarrota.
Afoga-te Satã no champanhe do meu ódio.
Morre frágil Eu
atirado aos cães que me correm nas veias.