Quem não se inventa não existe.

SAUDADE É UM CORAL DE SILÊNCIO

Sentado junto ao mar,
vou até onde o pensar desagua em ti.

O amanhecer
visto daqui sem ti é aurora calada.

O areal é um coral de silêncio
onde se esconde meu sorriso.

Cada grão de areia
é uma palavra dormente.

Nem a imaginação sabe
como te abraçar nesta maresia
sucumbida à tua distância.

O dia passado aqui sem ti é maré ferida.

É calor escutado em sede severa.

É vento
de vozes nuas
onde meus olhos não te tocam.

Nem a brisa sabe
por qual rosa-dos-ventos te procurar.

O pôr-do-sol
visto daqui sem ti,
é uma sobra de um sol
que nada vale nesta saudade.

É uma orla de gaivotas
que desenham teu rosto no horizonte.

É o cair do pano sobre esta angústia
com que escrevo teu nome na areia.

Nem o sal do mar sabe
quão salgada é a lágrima que deixaste.

A noite vista daqui sem ti é mera sombra.

É lugar de luas
onde cada luar é canção de amor
em tons longe de ti.

É escuro
que me enclausura
nesta ausência do teu corpo.

Nem as estrelas sabem
o infinito onde chora a minha alma.

Sentado junto ao mar sem ti,
sou búzio descolorido em ondas de sonhos
cada vez mais difíceis de sonhar.

Sentir a vida aqui sem ti
é um poema de pernas pró ar.

É praia deserta de uma ilha por habitar.

É uma sinfonia
sem maestro no sargaço
dos meus sentimentos.

Nem o cume das montanhas sabe
por onde olhar para te encontrar.

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