Corpos
tornam-se jardim seco,
deserto cuja aridez é tempestade
de areia movediça em cama inexpressiva.
Lençóis são cactos,
almofadas desadorno.
Pensar
torna-se vassoura
que varre a barca do tempo cujo tic-tac
é insónia de remos sem timoneiro noite dentro.
Hora são pulgas,
esperas asas acorrentadas
a âncoras fantasma num pêndulo.
Mãos
tornam-se negro e oscilante
abismo cuja celsitude remoça
pedradas ao peito sem gravitação.
Força é névoa,
destino pântano de ses.
Dedos
tornam-se sede
apontando toques a estátuas
que a escuridão esculpe carpido
vaticino cuja rima é o funeral do sorriso.
Sentir é cara feia,
o querer piano sem teclas.
Olhos
tornam-se mar perpasso
cuja profundidade de outrora
está pendente numa lágrima de fora.
Olhar é cegueira,
ser visto fogueira de adeus.
Lábios
tornam-se brasas
entorpecidas no cume do beijo
cujo lúmen é fogo triste na voz.
Palavras são falas sem-abrigo,
poesia penitência de boca calada.
Pernas
tornam-se medos
às distâncias ausentes do calendário aos pés.
Andar é pó,
caminhos fissuras
que chagam o ser com silêncio.
Data | 15-12-2010 |
De | ROSA PIRES |
Assunto | O Amor |
o Amor é a base perfeita de todas as imperfeições
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Data | 15-12-2010 |
De | Fátima Oliveira |
Assunto | SEM AMOR NADA MAIS IMPORTA |
Lindo!!...vou partilhar. Bjs
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Data | 15-12-2010 |
De | Luzia Pinto |
Assunto | Sem amor não se pode viver... |
Palavras são falas sem-abrigo,
poesia penitência de boca calada. Lindooo...:-)
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Data | 15-12-2010 |
De | Luzia Pinto |
Assunto | Não se pode viver sem amor... |
Palavras são falas sem-abrigo,
poesia penitência de boca calada.Lindooo...:-)
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Data | 15-12-2010 |
De | Luzia Pinto |
Assunto | Não se pode viver sem amor... |
Palavras são falas sem-abrigo,
poesia penitência de boca calada. Lindo..:-)
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Data | 15-12-2010 |
De | Lourdes Valadas |
Assunto | Sem amor nada mais importa |
"Isso", é a maior das verdades! Lindo! Como tudo o que escreve! Agradeço a Partilha. Um beijo amigo.
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Data | 15-12-2010 |
De | Odete Ferreira |
Assunto | Sem amor... |
A verdade, Henrique, é que para fazer 1 tag de jeito teria que ler mais 3 vezes, pelo menos... Penso que adoras embrenhar-te, por vezes, num certo absurdo que crias com palavras usadas de forma surpreendente... Gostei :)
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Data | 15-12-2010 |
De | Teresa Afonso |
Assunto | Sem amor nada mais importa |
Parabéns Henrique Fernandes! Belissimo poema ...e sem amor nada mais importa...! Lindo como sempre em tudo que escreve! Obrigada pela partilha!
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Data | 15-12-2010 |
De | Susan |
Assunto | sem amor nada mais importa |
Que poema fábuloso onde corpos são jardins e mãos e dedos e pés são estátuas vivas a dançar a loucura da vida ...
Muito bom te ler , obrigdo pela partilha !!!
Beijo
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Data | 15-12-2010 |
De | Maria João |
Assunto | Sem amor nada mais importa |
Muito lindo, gostei....bjinhos e vou partilhar