Corpos
tornam-se jardim seco,
deserto cuja aridez é tempestade
de areia movediça em cama inexpressiva.
Lençóis são cactos,
almofadas desadorno.
Pensar
torna-se vassoura
que varre a barca do tempo cujo tic-tac
é insónia de remos sem timoneiro noite dentro.
Hora são pulgas,
esperas asas acorrentadas
a âncoras fantasma num pêndulo.
Mãos
tornam-se negro e oscilante
abismo cuja celsitude remoça
pedradas ao peito sem gravitação.
Força é névoa,
destino pântano de ses.
Dedos
tornam-se sede
apontando toques a estátuas
que a escuridão esculpe carpido
vaticino cuja rima é o funeral do sorriso.
Sentir é cara feia,
o querer piano sem teclas.
Olhos
tornam-se mar perpasso
cuja profundidade de outrora
está pendente numa lágrima de fora.
Olhar é cegueira,
ser visto fogueira de adeus.
Lábios
tornam-se brasas
entorpecidas no cume do beijo
cujo lúmen é fogo triste na voz.
Palavras são falas sem-abrigo,
poesia penitência de boca calada.
Pernas
tornam-se medos
às distâncias ausentes do calendário aos pés.
Andar é pó,
caminhos fissuras
que chagam o ser com silêncio.
Data | 15-12-2010 |
De | MARIA JOSÉ LACERDA |
Assunto | SEM AMOR NADA IMPORTA |
...VIVER POR VIVER...SEM AMOR?...NADA IMPORTA...MESMO...OBRIGADA PELA PARTILHA...BEIJO AMIGO...
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Data | 15-12-2010 |
De | Natália Soares |
Assunto | Sem amor nada mais importa |
Lindo, obrigada pela partilha. Bjs
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Data | 14-12-2010 |
De | elisabete ramos |
Assunto | sem amor nada mais importa |
..lindo!! bjinhos...partilho:)*