Quem não se inventa não existe.

SILÊNCIOS SÃO REMOS DO RUMO A REMAR

Sinto-me chegar tarde,

refém de um tempo que não pertence

à minha passagem pelos quarteirões

desta dimensão mortal.

 

Sobrevivente a ricochetes

de liberdade tão ruim de alcançar.

 

Sou barco frágil

neste tsunami de emoções

que em mim espoletam intrigas.

 

As belas adormeceram na minha obsessão

de me encontrar por detrás de uma máscara

que anseia os anteontem.

 

As princesas continuam reclusas

num qualquer castelo de timidez.

 

Castelos guardados

por dragões soltos da minha voz

em adágio de infinito.

 

O meu meio-dia

é uma dubiedade entre poesia e loucura,

ora sou poeta, ora sou louco, ora sou ambos.

 

Ora sou nada.

 

A minha meia-noite

é uma espada samurai de corpos nus.

 

Corpos intranquilos,

despovoados de acreditar.

 

Silêncios são remos usados

por mãos sem culpa contra as correntes.

 

Rio sem rires

onde as margens têm linguagem corporal.

 

Rio que do seu fundo

gesticulam palavras entoando

cânticos de vento praxando o rumo a remar.

 

A distância

é uma baía de escolhas

onde a asneira não importa

até que a idade não perdoe.

 

Viver é um estilo de mar,

as marés enchem e vazam,

os cardumes movimentam-se,

os horizontes chamam-nos de sol.

 

Não estar

à proa dos sentimentos é estar cego,

sem içar as velas ao vento a bússola cala-se,

o pensamento tomba numa névoa de desnorte.

 

Nem sempre o mesmo ego

vem na crista da mesma onda.

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