Quem não se inventa não existe.

SOL CARDO NO LEITO DAS MUSAS

Palavras.
Sabem-me a mentir
à deriva das árvores caladas.
No fundo do mar.

Sinto-me tronco.
Povoado por pássaros
que voam brumas de eternidade.

Vozes estalam em luas de beleza fácil.

Que alço
ao pensamento estilhaçado
em sombras de sentir-me ventania.

O vento,
É ombro ouvinte dos véus da dor.

Numa orla de archotes
de lume demolido nas mãos.

Falo-me
porcelana frágil
sem pontes longe de mim,
Escutar-me silêncio.

Ato-me ao perfume do corpo.

Suado vontade
de partir em ondas de rostos.

Que me saciem
o cio do peito à procura de um abraço.

A luz
que me ilumina a floresta
onde dorme o dragão da alma.

É um charco
de desejo sedento
de relâmpagos de amor.

Trovões esperam no escuro o veneno.

A solidão murmura janelas de adeus.

Bolorento frio prenhe de poeira,
Que me abafa noites açoites por mim vivo.

Noites vazias,
Onde estrelas caem facas
no sangue da minha silhueta.

Caminho
de lábios aulidos,
Perdidos num espelho
onde o olhar é uma gruta,
De bocas comungadas por mulheres nuas.

Ouço
a chuva rir à rua,
Negando-me os sonhos
com tranças de vinho morto,
Numa taça de brisas quebradas.

O chão
acende paredes de barro,
Moldado saudade onde a poesia finda
Sol cardo no leito das musas.

Comentários

Não foram encontrados comentários.
 

© 2010 Todos os direitos reservados.

Crie o seu site grátis Webnode