Quem não se inventa não existe.

SUSPIROS SEM FOZ

Sinto a alma arder
em flores debeladas no teu adeus.

As dunas de luz
onde sonhávamos lado a lado,
hoje são gritos imersos em saudade.

São fantasmas
com quem fala o meu corpo
à mudez do teu lugar deixado frio.

Todas as declarações de amor,
agora são violinos de cordas partidas.

Pianos
tocados pelo vento,
choram comigo a tristeza de te ver partir.

Sinto-me a morrer a bordo de tempestades.

Sem ti,
o destino é um caminho
encalhado na minha mente.

É um manto
de utopias onde o teu altar
é agora um ramo de rosas secas.

Rosas
que quando
estavas a meu lado sorriam
o seu vermelho vivo à tua beleza
de mil cores que me perfumava a vida.

Saber-te longe
sem nada de ti saber,
é desaguar em noites de estrelas
nunca antes tão distantes dos meus olhos.

O meu olhar
parou no céu nocturno
onde as minhas lágrimas chamam por ti.

Olho para o nada
na esperança de te ver lá à minha espera.

Tacteio o vazio
à espera que a minha culpa
te encontre à procura da minha mão.

Movo-me pelo escuro
em quedas por toda a parte
à espera que os teus braços me abracem.

Escrevo poemas
cujo seu fim levaste contigo
para me leres ninguém na tua solidão.

A poesia que te escrevo
é dor que deixou de ser pensada,
é dor que me corre no sangue pesadelo.

As palavras
apenas são suspiros
que nascem desta ausência.

Suspiros sem foz
que se perdem pelo meu rosto.

Os versos intensos
que exaltavam este amor,
agora são vultos solitários sem lugar.

São vozes arpoadas ao purgatório dos dias.

Comentários

Não foram encontrados comentários.
 

© 2010 Todos os direitos reservados.

Crie o seu site grátisWebnode