Quem não se inventa não existe.

TEUS PASSOS SÃO REBENTOS DE PRIMAVERA

Vejo-te rodopiar à luz da lua

enquanto girassóis repousam

suas danças com o sol no teu colo.

 

A tua volúpia é mel

que não põe limites ao meu infinito amar-te.

 

És toda a parte do meu desejo,

por ti sou homem, sou arte.

 

Na cor dos teus olhos flores singelas

crescem formosas no solo da tua alma.

 

As palavras

que em ti semeio são línguas de amor,

são os meus idiomas interiores

que só tu sabes ler quando te olho.

 

O céu azul é música

que cai sobre os teus passos

que a mim chegam rebentos de primavera.

 

Nos teus lábios

trazes o orvalho das manhãs primaveris

que me saciam a sede do teu beijo.

 

O vento grita

pétalas de rosas vermelho paixão

até que se esgote nosso fôlego

por entre o roçagar das nossas bocas

num beijo de versos quentes.

 

Ao olhar-te,

vejo a inocência de todas as coisas belas

qual estrela cintilasse a tua beleza

nas águas límpidas de um riacho calmo.

 

A chuva é um alor de saudade

quando o teu toque é uma labareda

que arde num fogo apagado pela tua ausência.

 

Os nossos momentos

são cantos no meu peito

que te espera a cada instante

qual horizonte espere o sol raiar.

 

Quando falas,

sinto em mim alvas púrpuras

onde despertam os mais ínfimos

pormenores da vida.

 

Se não te vejo meus suspiros são gelos,

minhas mãos são apelos.

 

Suplico quase como que louco

a todas e quaisquer distâncias que te afastem

para que te tragam de novo aos jardins

do meu dia-a-dia.

 

Amar-te é sensação de bonança,

é emoção de uma criança em mim eterna.

 

Mais do que divina,

esta emoção assina as mãos no teu corpo.

 

Minhas mãos são um rio que corre

para o teu mar de mulher qual maré

se entregue às areias de uma praia.

 

Teus olhos

são a chama maior de um sol só meu,

são um céu de borboletas

que me ensinam as cores dos teus sonhos.

 

O perfume do teu corpo

penetra-se no meu corpo qual arco-íris

possessa as margens de sete cores.

 

Tuas mãos são árvores de canela

enleadas à eufonia da poesia

que teus olhos em mim jorram.

 

Alteio o pensamento

ao pólen da tua voz que se expande

pelos confins de um deserto metamorfoseado

de oásis depois de te ouvir falar o amor.

 

Amar-te,

fez-me ver o lume do luar que nada teme.

 

Fez-me ouvir que a tempestade

também constrói rumos.

 

Fez-me entender que o escuro

também é um caminho e não um poço.

 

Fez-me sentir que o silêncio

é a voz de tudo num eco a dois.

 

Amar-te,

fez-me crescer mesmo que a sombra

fosse um tecto.

Comentários

Data 23-11-2010
De Maria Carvalho
Assunto Deslumbrante!

Estou confusa e sem palavras.Esta poesia é com o nascer do Sol e o seu esconder!Maravilha a maneira como escreve estas palavras soltas,que qualquer um sonho!Merece palmas...

 

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