Linda e cheirosa
chegas harmoniosa,
infinda de cor em flor.
És o pátio do amor.
És o altar do tempo
que renasce vento semeador
de paixões nos teus sons desde as fontes
até o voar dos pássaros em banquetes de júbilo.
Magia pura
é quanto brotas ternura
em todas as ervas e bolotas
que na alma perduram o teu nascer do sol.
És um rol de poesia
que declama nas árvores
quão és dama em qualquer poema.
És o sorriso de todas as musas,
o aroma que as ilumina nos versos dos poetas.
Ninguém é poeta
se não te têm nas mãos em sinas de esperança.
Vens de quatro irmãos,
mas és a única que começa e acaba
sem nunca deixar de existir todo o ano.
És o provir
de todos os paladares
até ao Outono nos lagares.
És a mãe
das coisas perfeitas
até às colheitas do Verão.
És emoção e calor
até aos serões frios do inverno.
És o caderno
onde a natureza escreve
a vida que nos recheia a mesa.
És a Primavera,
o primor da quimera
de quem sente ser gente,
de quem sabe ser fruto fresco na alma.
És veracidade ver a cidade com flores.