Tardes imateriais,
pronunciadas na tua ausência.
Ordinárias tardes.
Num toque teu,
observo o chão onde me avisto
o significado desta surdez ambígua.
Açoitadores toques.
Memórias
ausentes de nós suplicam
vozes caladas lamentando a nossa distância.
Blasfemas vozes.
Sem ti,
o espaço físico é rasurado
no tempo em que a saudade é vento.
Lugares glossários.
Metade de nós
está unida no olhar de paixão.
Contemplos rubros.
Metade de nós,
inteira-nos em contramão
pela via láctea agasalhada de amor.
Canduras bravias.
É nímio este querer
que nos escolta pela escotilha da noite.
Incendiado ai.
Que ninguém ouse
sacudir a nossa constância no amor.
Esferas vastíssimas.
Este silêncio
em ti tatua o rolamento das horas
por onde se víscera a minha espera.
Em versos de saudade.